Com seis indicações ao Oscar, “Tár” retrata o abuso de poder

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Longa que entrega a melhor atuação da carreira de Cate Blanchett estreia nesta quinta-feira (26)

Como separar o artista da obra? Durante anos, não havia problema em atores, diretores, músicos e artistas em geral agirem da maneira que achassem melhor, sem consequências. Isso, no entanto, já não é bem visto faz tempo. Sobre esse ponto de vista, estreia hoje (26) “Tár”. Com direção de Todd Field, o longa foi indicado em seis categorias do Oscar na última terça-feira (24): Melhor Filme, Direção, Atriz, Roteiro Original, Direção de Fotografia e Edição.

Lydia Tár (Cate Blanchett) alcançou uma carreira invejável com a qual poucos poderiam sonhar. A renomada maestrina e compositora se tornou a primeira mulher diretora musical da Filarmônica de Berlim. O mundo é dela! Tár lidera a indústria da música clássica, dominada por homens. Além de se preparar para o lançamento de suas memórias enquanto concilia trabalho e família, ela ainda deseja realizar seu maior feito: uma gravação ao vivo da Sinfonia nº 5 de Gustav Mahler. No entanto, sua vida muda do dia para noite quando sua elaborada fachada é destruída e seus segredos mais sujos são revelados. 

Cate Blanchett vive Lydia Tár em longa de Todd Field. Foto: Divulgação/Universal Pictures

Todd Field, conhecido por “Entre Quatro Paredes” (2001) e “Pecados Íntimos” (2006), dirigiu “Tár” com maestria, além de também produzir e roteirizar. Field tira o melhor de Cate Blanchett e consegue entregar uma proposta diferente, pois a cultura do cancelamento de grandes artistas já foi abordada algumas vezes, principalmente depois do ‘Me Too’. Mas aqui, ele retrata uma mulher extremamente poderosa. O diretor optou, em vários momentos, por abordagens mais acadêmicas da música clássica, o que deixa ainda mais complexa a atuação de Blanchett. Ele tem total controle em sua direção e entrega um trabalho tenso, mas extremamente sofisticado e singular.

Cate Blanchett parece que foi feita sob medida para interpretar Lydia Tár. A atriz vencedora de dois Oscar de Melhor Atriz por “Blue Jasmine” (2013) e Melhor Atriz Coadjuvante “O Aviador” (2004) está deslumbrante em cena. Blanchett pode até parecer um pouco falsa ou não natural nos primeiros momentos, mas logo percebe-se que, na verdade, a própria personagem é uma mulher que, além de ser uma maestrina (ou maestro, como ela prefere) da Filarmônica de Berlim, também é líder em sua vida, com sua esposa, filha, funcionários, musicistas da orquestra. Cate transparece todo esse poder sombrio de Tár. A melhor atuação de sua carreira, sem dúvidas. 

O longa em si faz um questionamento sobre como separar o artista da obra. Mesmo que em algum momento o astro não tenha se comportado de maneira adequada, devemos mesmo cancelar ele e sua pessoa por trás? É o que “Tar” indaga. Field não escolhe nenhum lado desta questão, mas, ao que parece, deveria existir uma maneira de separar as duas coisas. Será?

Foto: Divulgação/Universal Pictures
Conclusão

“Tár” é um filme impecável, com cenas fortes e atuação perfeita de Cate Blanchett, além de aspectos técnicos, como a fotografia de Florian Hoffmeister, que está belíssima. Um longa que aborda como o abuso de poder pode acabar com vidas e carreiras promissoras.

Confira o trailer: 


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Ficha técnica:

Direção: Todd Field;

Roteiro: Todd Field;

​​Elenco: Cate Blanchett, Noémie Merlant, Nina Hoss, Sophie Kauer, Julian Glover e Allan Corduner;


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Gênero: Drama;

Distribuição: Universal Pictures;

Duração: 158 minutos;

 Classificação Indicativa: 12 anos;


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Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z



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