Do alto da torre entrevista Robson Silva

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Robson também acena com a estatização de todas as empresas de ônibus para garantir a tarifa zero, a desapropriação de todas as grandes empresas

Robson Silva, candidato a governador pelo PSTU, afirma que voto útil é o voto que fortalece uma alternativa socialista, totalmente independente dos grandes empresários. “É muito mais útil para a luta dos trabalhadores que um programa como o nosso tenha boa votação, do que a eleição de um governo do PT ou do PSOL, que vão governar com os grandes empresários”, afirma. Robson também acena com a estatização de todas as empresas de ônibus para garantir a tarifa zero, a desapropriação de todas as grandes empresas e a criação de uma guarda civil, totalmente desmilitarizada, para substituir a Polícia Militar.

1.   Quando se insiste na necessidade de união das esquerdas e no voto útil, por que o PSTU mantém candidatura própria tanto a presidente quanto a governador?

Entendemos que voto útil é aquele que fortalece uma alternativa socialista, totalmente independente dos grandes empresários. Para nós, candidatura de esquerda de verdade é aquela que apresenta um programa revolucionário para enfrentar o lucro e a propriedade dos ricos, garantindo que toda a riqueza produzida pelos trabalhadores esteja a serviço das necessidades fundamentais da população, como moradia, comida, saúde e educação. É muito mais útil para a luta dos trabalhadores que um programa como o nosso tenha boa votação, do que a eleição de um governo do PT ou do PSOL, que vão governar com os grandes empresários e trair as expectativas da classe trabalhadora. As candidaturas do PT, PSOL, PV e mesmo do PCB e UP não têm como princípio a independência dos trabalhadores em relação aos grandes empresários. O PT-PV-PCdoB tem um projeto neoliberal, que na economia não se diferencia muito de Bolsonaro, o PSOL lamentavelmente resolveu entrar nesse projeto e está recebendo inclusive financiamento de banqueiros, vinculados ao grupo Itaú, no DF. Por outro lado, PCB e UP defendem regimes ditatoriais capitalistas como o de Maduro, do governo chinês, e de Putin na Rússia e mancham a luta dos socialistas ao apoiar esses regimes autoritários, a serviço de bilionários, em nome do socialismo. Nossa candidatura é, nesse momento, a única que propõe de maneira consequente a necessidade de desapropriar os ricos e romper radicalmente com as relações capitalistas de produção no Brasil e no mundo.

2.   Em que um governo do PSTU diferiria tanto de um governo do PT quanto de um governo do PSOL?

Em primeiro lugar, nossa proposta é governar com os trabalhadores, camponeses, autônomos, sem qualquer concessão aos grandes empresários. Nós queremos desapropriar os grandes grupos econômicos do País e do DF e colocar essas empresas para serem geridas diretamente pelos seus trabalhadores e pela população, de maneira democrática. Propomos, por exemplo, a desapropriação das 100 maiores empresas do País, que respondem por 60% do PIB brasileiro. Para o DF, propomos, por exemplo, a estatização de todas as empresas de ônibus para garantir a tarifa zero; a reestatização da Neoenergia e de todas as empresas terceirizadas que lesaram os cofres públicos ou aplicaram calote nos trabalhadores. PT e PSOL, jamais defenderam medidas como essa. O PT nos governos estaduais e nos 13 anos que governou o País foi responsável por inúmeras benesses aos grandes empresários, além de promover grandes ataques aos direitos dos trabalhadores e dos povos indígenas e quilombolas, como a reforma da previdência de 2003, a lei antiterrorismo, o código florestal, and many others. O PSOL hoje tem o mesmo projeto do PT. A prefeitura de Edmilson Rodrigues do PSOL em Belém é um exemplo do que é o PSOL, fazendo aliança com a família Barbalho e cortando salário dos auxiliares de educação em greve, quando lutavam para que a prefeitura garantisse um piso de pelo menos um salário mínimo para a categoria.

3.   Qual a proposta do candidato Robson para reduzir a criminalidade no Distrito Federal?

O primeiro passo é resolver os problemas sociais do DF. Não dá para resolver o problema da violência numa cidade em que 60% das famílias vivem em algum grau de insegurança alimentar, com quase 1,2 milhões de pessoas fora do mercado formal de trabalho e com mais de 200 mil famílias esperando um benefício da assistência social. Depois é preciso começar a combater a criminalidade pelos peixes graúdos, inclusive aqueles criminosos que roubam bilhões de dinheiro público, sonegando ICMS e outros impostos. Quem realmente lucra muito com os esquemas ilegais de tráfico de drogas, milícias, jogo do bicho, grilagem de terras, and many others. mora normalmente nas áreas nobres do DF (Lago Sul, Lago Norte, Sudoeste…). Contudo, a atual política de segurança pública é toda direcionada por uma perspectiva repressora e racista que criminaliza a pobreza e atua de maneira ostensiva somente nos bairros pobres do DF. Acreditamos que o foco seja desarticular e punir severamente os grandes grupos empresariais que estruturam essas organizações criminosas. Sem isso, vamos continuar prendendo negros e pobres, num sistema prisional que é na verdade uma masmorra medieval e a violência urbana não será resolvida. Outro aspecto é reestruturar completamente as forças policiais, criando uma guarda civil, totalmente desmilitarizada, para substituir a PM, que será gerida por conselhos comunitários de segurança eleitos de forma paritária pela população e pelos trabalhadores da segurança pública. A população deve ser parte basic da construção da política de segurança pública, porque ela vive na pele esses problemas e sabe exatamente o que precisa ser feito para garantir a sua própria segurança.


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4.   Um governo do PSTU manteria o subsídio para as empresas de transporte coletivo? O que faria então para baratear a passagens?

Nossa proposta é estatizar as empresas de ônibus, sem indenização nenhuma aos empresários, promover uma auditoria rigorosa das contas para verificar desvios ou irregularidades e punir os responsáveis. Revitalizar a TCB para assumir todas as linhas de ônibus no DF e garantir que essa empresa estatal seja gerida por um conselho administrativo eleito pelos próprios rodoviários. Nossa proposta é arrecadar os valores das empresas do DF destinadas ao vale-transporte, promover a taxação de grandes empresas, que também devem ser desapropriadas, caso tenham cometido desrespeito aos direitos trabalhistas, sonegado impostos ou lesado os cofres públicos. Com esses recursos, garantir tarifa zero e pelo menos dobrar a frota de ônibus do DF em dois anos. É um absurdo que Ibaneis destine mais de 1 bilhão de subsídio a essas empresas, que oferecem um serviço de péssima qualidade, e que atuam a partir de um processo de concessão com vários indícios de fraude como aponta o MPDFT.

5.   Que reformas o candidato Robson promoveria na rede de saúde do Distrito Federal?

Em primeiro lugar acabar com o IGES-DF, em segundo lugar estatizar toda a rede de hospitais privados e de grandes grupos empresarias da saúde do DF e colocá-los a serviço do SUS. Organizar um sistema de conselhos populares de saúde, em que os trabalhadores do setor e os usuários elegerão todos os cargos diretivos da secretaria de saúde do DF. Promover uma auditoria rigorosa de todos os contratos da saúde do DF, desapropriar todas as empresas que fraudaram licitações, superfaturaram contratos, and many others. e colocar os seus recursos a serviço do SUS. Garantir o piso salarial da enfermagem, no salário base, e reestruturar todas as carreiras de saúde para aumentar os salários e atrair profissionais para a saúde pública. Abrir concurso público para todas as áreas com carência. Garantir que pelo menos a cada 20 mil habitantes no DF exista uma unidade básica de saúde e estruturar a atenção básica e as equipes de saúde para que o Programa Saúde da Família cubra 100% dos moradores do DF. Para a saúde psychological fechar o manicômio, conhecido como hospital são Vicente de Paulo, e criar uma política de saúde psychological, humanizada, sem manicômios e garantir CAPS em todas as cidades do DF, com estrutura adequada e quadro de profissionais completo. Fim de qualquer convênio do GDF com essas comunidades terapêuticas, que em geral possuem práticas de caráter duvidosos, visam apenas o lucro e são ligadas a grupos religiosos ultraconservadores. Para garantir verbas para esses investimentos iremos resgatar a maior parte da dívida ativa do DF, que está em mais de 36 bilhões de reais, e a taxação dos grandes grupos empresariais e dos ricos do DF. Paulo Octávio com 650 milhões de patrimônio, deve, por exemplo, ter metade de seu patrimônio confiscado de forma imediata pelo estado para garantir verbas para os serviços públicos. 


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