Francês suspeito de injúria racial tem passaporte apreendido no Rio

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De acordo com decisão judicial, ele se preparava para viajar para seu país natal no dia 24 de julho e pretendia antecipar a passagem

Mariana Moreira
Rio de Janeiro, RJ

O francês Gilles David Teboul, suspeito de ter cometido crime de injúria racial contra o porteiro Reginaldo Silva de Lima, 51, teve o passaporte apreendido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na noite desta quinta-feira (7) após prestar depoimento sobre o caso na 12ª delegacia, em Copacabana. Ele foi ouvido e liberado.

O caso aconteceu na madrugada de 26 de junho, também no bairro da zona sul carioca. Além da injúria racial a polícia investiga ainda os crimes de lesão corporal e ameaça.

A decisão de apreensão do passaporte é da juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do Tribunal de Justiça do Rio. Procurada, a Polícia Civil não informou se o francês tinha advogado.

A vítima disse à Justiça que Teboul, que mora no prédio, desceu as escadas reclamando que o elevador não estava funcionando e que o porteiro não prestava para estar ali, pois não tinha capacidade para exercer a função. O francês se referiu a ele como “um negro, macaco”.

Na sequência, o porteiro afirma ter pedido respeito, e então, passou a ser agredido com socos e pontapés. Também afirma que Teboul apertou seu pescoço com as mãos e o ameaçou de morte caso procurasse a polícia.

Mesmo após a chegada da Polícia Militar, o francês seguiu com os insultos contra Lima. Além de ter o passaporte apreendido, o francês também está proibido de chegar perto da vítima.


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A reportagem conversou com o porteiro, mas ele disse que não quer dar entrevistas sobre o caso por enquanto. O porteiro está abalado com o ocorrido, segundo Divanilson Luís de Almeida, 59, secretário-geral do SEEMRJ (Sindicato dos Empregados em Edifícios do Município Rio Janeiro).

Uma moradora do edifício, que presenciou parte das ofensas, disse aos policiais que viu o momento em que Teboul deu um tapa no rosto da vítima e proferiu insultos racistas. Ela acrescentou também que, ao perceber a presença dela e de outra moradora, o investigado interrompeu as ofensas, saiu do native e subiu para o seu apartamento.

Outra testemunha, também moradora do edifício, afirmou que Teboul já teve problemas com diversos moradores.

O francês passa metade do ano no Brasil e os outros meses na França. De acordo com decisão judicial, ele se preparava para viajar para seu país natal no dia 24 de julho e pretendia antecipar a passagem.


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