Juscelino nomeou nos Correios apadrinhado de senador que empregou seu fantasma

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Em reportagem foi revelado que o sócio do haras é funcionário fantasma no gabinete da liderança do PDT no Senado

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, deu uma das diretorias dos Correios, empresa vinculada à pasta, a um apadrinhado do senador Weverton Rocha (PDT-MA), seu compadre. Weverton, por sua vez, empregou no Senado o sócio do haras do ministro. O Estadão revelou que o sócio do haras é funcionário fantasma no gabinete da liderança do PDT no Senado.

O advogado José Rorício Aguiar de Vasconcelos Junior foi indicado para a função de diretor administrativo dos Correios pelo Ministério das Comunicações. O nome dele foi aprovado pelo Conselho de Administração dos Correios em 3 de fevereiro. O salário é de R$ 40,6 mil. O currículo dele não aparece no site dos Correios.

Na cota de Weverton, Rorício foi diretor financeiro do Detran do Maranhão no governo de Flávio Dino, hoje ministro da Justiça. Ambos eram aliados, mas romperam nas eleições depois que o grupo se dividiu na disputa ao governo local. O senador enfrentou Carlos Brandão (PSB), apoiado por Dino, e foi derrotado.

Juscelino Filho e Weverton Rocha são compadres e aliados de primeira hora. O senador foi um dos avalizadores da indicação do ministro para as Comunicações, pasta com orçamento de R$ 3 bilhões e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou ao União Brasil.

Como mostrou o Estadão, um sócio do haras controlado por Juscelino Filho no interior do Maranhão foi nomeado no gabinete da liderança do PDT, mas era um “fantasma” no local. O chefe do gabinete admitiu que ele não dava expediente lá. Depois do contato feito pela reportagem, Gustavo Gaspar foi demitido e recontratado na 2ª secretaria do Senado, comandada por Weverton Rocha desde fevereiro.

Gaspar é homem de confiança do ministro na política e nos negócios. A irmã dele, Tatiana Gaspar, foi contratada por Juscelino como assessora especial do Ministério das Comunicações, com salário de R$ 13,2 mil. Quando deputado, ele já havia empregado o pai de Gaspar, de 80 anos, com salário de R$ 15,7 mil. Em 2007, Juscelino Filho vendeu 165 mil metros quadrados da área do haras da família para Gaspar por R$ 50 mil (R$ 124 mil atuais). Em 2018, o então deputado readquiriu o terreno por R$ 167 mil (R$ 215 mil).

No papel, Gustavo Gaspar é um dos sócios do Parque & Haras Luanna, onde Juscelino Filho cria cavalos da raça Quarto de Milha. O ministro é quem lidera o negócio, mas não aparece formalmente nos registros. A outra sócia é Luanna Rezende, irmã de Juscelino e prefeita de Vitorino Freire (MA), cidade controlada pela família e onde está localizado o empreendimento. O Estadão telefonou para o haras. Quem atendeu não soube informar quem era Gustavo Gaspar e pediu para a reportagem falar com Juscelino para saber quem administra o estabelecimento.


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O ministro das Comunicações foi convocado por Lula para uma reunião na tarde desta segunda-feira na qual deverá prestar explicações sobre as denúncias feitas pelo Estadão. Juscelino filho usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias para ir a eventos privados relacionados a cavalos em São Paulo. Além disso, abriu espaço para bolsonaristas no ministério e usou o orçamento secreto para pavimentar uma estrada de 19 km que corta fazendas da família dele no Maranhão.

O União Brasil atua para que Lula mantenha o ministro nas funções. Em uma nota divulgada no domingo, 5, líderes do partido na Câmara e no Senado criticaram a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann. Ela havia cobrado publicamente a saída de Juscelino filho do cargo.

“Quando atitudes dos seus aliados são contestadas — e não faltaram acusações a membros do PT na história recente do País — a parlamentar prega o direito de defesa. Quando a situação se inverte, prefere fazer pré-julgamentos”, destacou a nota assinada pelo deputado Elmar Nascimento (BA) e pelo senador Efraim Filho (PB).


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