Obstrução de vias prejudica trabalhadores dos Ministérios

0
88


Com a obstrução da Esplanada dos Ministérios, funcionários ministeriais tiveram que ir a pé até a Rodoviária do Plano Piloto

Por Gabriel de Sousa
[email protected]

Por conta do ataque de manifestantes bolsonaristas ao prédio da Polícia Federal, na Asa Norte, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) decidiu restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, o que alterou a rotina dos que trabalham e circulam pela região.

Visando a segurança dos prédios governamentais, a pasta optou por fechar a via S1, no Eixo Monumental, a partir da alça da Rodoviária do Plano Piloto até a via L4. Também foi interditada a via N1, a partir do acesso à via L2 até a L4. O acesso à via N1, a partir da N2, na altura do Ministério da Economia, também foi restringido.

A recomendação da SSP/DF é que os motoristas utilizem as vias S2 e N2, obedecendo à sinalização e à orientação das autoridades de trânsito. O acesso à Praça dos Três Poderes, que estava bloqueada desde o fim do segundo turno das eleições presidenciais, continuará restrito.

Segundo uma nota da Segurança Pública, os bloqueios na região devem permanecer “até uma nova mudança de cenário”. Até a chegada deste momento, a recomendação dos órgãos de trânsito do Distrito Federal é a de que os motoristas evitem o centro da cidade.

Trabalhadores tiveram que andar a pé

Com a obstrução do acesso à Esplanada, as pessoas que, geralmente pegavam um ônibus nas paradas de ônibus, tivessem que andar até a Rodoviária do Plano Piloto ou até as vias L2. Dependendo do prédio ministerial, a caminhada não planejada dos funcionários e visitantes foi de até 2 quilômetros de distância.

Foi o que vivenciou o estudante Pedro Vieira, que é estagiário no Ministério da Infraestrutura e disse que teve que fazer um trajeto de 10 minutos a pé tanto na ida quanto na volta do trabalho: “Acaba que tira um pouco da nossa comodidade. Não é muito confortável por conta do calor e do sol”.


CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas não foram só os funcionários ministeriais que foram prejudicados. Um dos visitantes que tiveram uma surpresa ao chegar na Esplanada, na tarde de ontem, foi o fotógrafo Izack Sena, que foi ao Ministério do Meio Ambiente e teve que andar do prédio até a Rodoviária do Plano Piloto por conta da proibição da circulação de transportes coletivos:

Apesar de ter andado mais que o esperado, ele destaca que outras pessoas tiveram ainda mais complicações. “Imagina o cara que tá saindo da Saúde, que é o último, ou o das Comunicações? Ele vai ter que andar tudo isso aqui”, disse o fotógrafo, enquanto apontava para a extensão da Esplanada dos Ministérios

Para ele, a medida de precaução do policiamento do DF é necessária, por mais que traga imprevistos para os trabalhadores. Sena observa que, com os ânimos atuais dos manifestantes bolsonaristas, outros prédios podem ser atacados como o da Polícia Federal. “Se não fechar aqui, a gente amanhece no outro dia e está tudo quebrado, os semáforos, então tem que fechar. Tem gente que não tem educação”, destaca Izack.

Dia de trabalho foi prejudicado

Para uma servidora do Ministério da Cidadania, que preferiu não se identificar, o dia de expediente no prédio foi prejudicado devido às novas rotas adotadas pelos ônibus. Segundo ela, todos os seus funcionários chegaram atrasados em seus postos de trabalho: “Eu vou mandar um relatório para a gestão do ministério, e eu vou fazer com que perdoem [as horas de atraso], porque não foi culpa deles”, relata.


CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por conta dos ataques de manifestantes bolsonaristas na região central de Brasília, a funcionária conta que o seu dia a dia de trabalho contará com o sentimento de perigo até o dia da posse do presidente eleito no dia 1º de janeiro. “Se continuar assim, vai ter que ser restrito, com a gente indo a pé. […] O que você tem a ver com a coisa, sendo que você é só um trabalhador que está lá para sustentar a sua família?”, indaga.

O sentimento de insegurança da servidora do Ministério da Cidadania pode ser explicado por uma lembrança sua de quando os manifestantes bolsonaristas conseguiram quebrar a barreira policial no feriado de 7 de setembro do ano passado. Para ela, a Segurança Pública do DF deve investir em operações eficientes para garantir a integridade pública durante a cerimônia de início de mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. “Pelo o que a gente já viu uma vez, em que eles já chegaram aqui na frente, aqui é muito frágil. Caso necessite, eles [as forças policiais] já deveriam estar com uma programação especial para a posse”, conclui a servidora.



Source link

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here