Rafael Parente tenta reconfigurar quadro político

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Afinal, o quadro desenhado period, e por enquanto ainda é, de nenhum dos três do campo de esquerda no segundo turno

Atendendo a uma composição pluripartidária, o candidato do PSB ao Buriti, Rafael Parente (foto), convocou entrevista coletiva no ultimate da tarde para anunciar sua saída das eleições deste ano. Na sede nacional do partido, na Asa Norte, ele explicou que deixa a corrida para apoiar Leandro Grass, aposta da Federação PV-PT-PCdoB, que apoia o ex-presidente Lula para presidente. A proposta é redesenhar o mapa sucessório do Distrito Federal, na tentativa de levar a esquerda a uma polarização com o governador Ibaneis Rocha, por enquanto absoluto nas pesquisas. Sem levar em conta agremiações menores, a pulverização entre três candidaturas na base de Lula – Grass da federação petista, Parente do PSB do vice Geraldo Alckmin e ainda Keka Bagno, do PSOL – estava há tempo contrariando o comando petista. Afinal, o quadro desenhado period, e por enquanto ainda é, de nenhum dos três do campo de esquerda no segundo turno.

Nova polarização

O próprio Rafael Parente havia, como antecipado por esta coluna, pedido a impugnação da candidatura do ex-senador Paulo Octávio, do PSD. Caso isso aconteça, inclusive por haver outra impugnação, a oposição à candidatura de Ibaneis ficaria ainda mais fragmentada e, dentro dela, um campo lulista dividido a ponto de abrir mão do segundo turno. A partir daí as cúpulas dos partidos que apoiam Lula decidiram reagir e forçar a unificação. Em menos de 24 horas firmou-se um acordo. A proposta é que, juntos, as forças de esquerda assumam a polarização – quadro que, a propósito, existe em Brasília antes mesmo da period de Joaquim Roriz. Os partidos acreditam que a rejeição a Ibaneis permita essa polarização. E querem ter protagonismo nisso.

Com base nos números

Pelo discurso oficial, Rafael Parente examinou os números das pesquisas e decidiu que não adiantava prosseguir com a candidatura. Melhor mesmo seria unir. Leandro Grass reagiu imediatamente, reforçando a ideia de nova polarização. “Estamos”, disse Grass, “diante da dualidade entre a barbárie e a civilidade, a democracia e a intolerância”. Assim o gesto do PSB seria “de grandeza e generosidade em troca de um projeto forte do campo progressista”. Fez também um elogio pessoal. “Minha relação com o Rafael é de anos, sempre foi programática e de afinidade em torno do que acreditamos para o Brasil e o DF; nós já estivemos juntos, discutindo ideias para o País”, afirmou.

Arruda luta para preservar candidatura

Os advogados do ex-governador José Roberto Arruda apresentaram ao Tribunal Regional Eleitoral contestação a pedido de indeferimento do registro de sua candidatura a deputado federal feito pelo Ministério Público Eleitoral. Segundo a defesa, os argumentos da promotoria não podem ser aceitos neste momento. O Ministério Público se apoia em uma decisão tomada na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal a respeito da aplicação da nova lei de improbidade administrativa. Segundo a defesa, a decisão do STF ainda não deve ser aplicada, uma vez que não foi publicado o acórdão, que é o documento oficial resumindo o que foi deliberado pela Corte. Sem o acórdão, lembra o próprio Arruda, é impossível até seus advogados recorrerem dessa votação do Supremo. Os promotores alegam que a decisão implica manter a condenação por improbidade aplicada há anos ao ex-governador. Para a defesa de Arruda, porém, enquanto não é publicado o acórdão do STF vale liminar emitida pelo ministro Nunes Marques, do próprio STF, que suspende duas condenações por improbidade administrativa de Arruda, devolvendo-lhe os direitos políticos.

Como fica

De acordo com os advogados do ex-governador, quando fez o pedido de registro de candidatura, em 9 de agosto, Arruda estava na plenitude de seus direitos políticos. Assim, aparecendo um fato novo que possa torná-lo inelegível, não é mais possível contestar o registro de sua candidatura. Caberia apenas, depois da eleição, apresentar um recurso contra a expedição de diploma eleitoral. Isso significa que, caso Arruda saia vitorioso nas urnas, o Ministério Público pode tentar mais tarde anular sua eleição.

Para entender

Na quinta-feira da semana passada, 18, o STF conclui um julgamento entendendo que a nova lei de improbidade administrativa, aprovada em 2021, pode ser aplicada em algumas situações para beneficiar réus e condenados por atos anteriores à sua aprovação. Em outros casos, porém, isso não seria possível, devendo ser mantida a condenação. Não há, porém, aplicação automática da decisão: cada caso deverá ser avaliado pelo juiz native. Em tese, a situação de Arruda estaria entre as que não podem ser beneficiadas pela retroatividade. É nisso que o Ministério Público baseia seu pedido. Os advogados de Arruda registram, porém, que ainda não foi liberado o acórdão, que sem ele não há sequer como os juízes avaliarem o caso de Arruda, nem da própria defesa recorrer. Assim, a liminar de Kássio está valendo e Arruda pode disputar a eleição, asseguram.

Em campanha

Enquanto isso, Arruda está em plena campanha. Nos últimos dois dias percorreu as ruas de Taguatinga, com direito a cafezinho na praça do DI, terminando a caminhada na Praça do Relógio. Já na companhia da mulher Flávia, candidata ao Senado, reuniu-se com empresários da cidade. Também fez reuniões desse tipo em Águas Claras. E deu tempo de visitar o Areal, com selfies e Arniqueiras.


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Ironia tucana

Parece até ironia. Durante os últimos quatro meses, o senador Izalci Lucas e a deputada federal Paula Belmonte se digladiaram de todas as formas possíveis. Candidata a governadora ou senadora, Paula Belmonte fez de tudo para se impor à federação PSDB-Cidadania, o que implicava barrar Izalci. No ultimate, o PSDB majoritário bancou Izalci, Paula perdeu a candidatura majoritária, recuou da reeleição por descrer da força da nominata e, por fim, contentou-se em pedir registro para concorrer a distrital. Só que seu pedido de registro não foi completado. E ficará nas mãos de ninguém menos do que senador Izalci. A Comissão de Registro de Candidaturas do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal intimou o senador, na qualidade de coordenador da federação PSDB-Cidadania, para opinar sobre a nova candidatura de Paula Belmonte. Bem que a seção native do Cidadania que tentou fazer a substituição, mas o TRE decidiu que o partido não tem direito de representação, segundo despacho de Mariana Carvalho Soares, da comissão do TRE-DF.

Apostas

Dada a acrimônia reinante entre Izalci e Paula, as apostas se dividem sobre a postura do senador. Sua assessoria acusa Paula Belmonte de torpedear sua candidatura, que estaria perto de 10 pontos nas pesquisas em abril, mas amarga hoje cerca de 5 pontos. De outro lado, a turma do deixa-disso lembra que Izalci insiste sempre que não se faz política com confronto, mas sim com persuasão e negociação.

Faltam mulheres

Termina hoje o prazo para envio ao Planalto as listas tríplices de indicados ao Tribunais Regionais Eleitorais Do Distrito Federal, além de diversos estados. As listas foram encaminhadas pelo ministro Alexandre de Moraes um dia depois de sua posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Em um dos seus primeiros compromissos no cargo, Moraes se reuniu com os presidentes dos TREs e ouviu de alguns deles o pedido para dar encaminhamento o quanto antes às listas. No DF, entre os nomes listados para o TRE figura apenas uma presença feminina: a advogada brasiliense Mirian Lavocat. A corte eleitoral da capital tem entre seus 14 membros apenas uma mulher. Com a escolha de mais uma representante, o tribunal dobra a participação feminina no coração do Brasil. Seria uma escolha emblemática para essas eleições, que refletem a ainda insuficiente participação feminina no Judiciário.

Damares no Dia do Soldado

Candidata ao Senado pelo Republicanos do Distrito Federal, a ex-ministra Damares Alves, participou nesta quinta-feira, 25, da comemoração do Dia do Soldado, no quartel common do Exército, em Brasília. Valeu a ela não apenas os cumprimentos recebidos, mas também o apoio de autoridades do Executivo, Legislativo e do Exército, como o ministro da justiça, Anderson Torres, o presidente do BNDES Gustavo Montezano, os generais Villas Boas e Ítalo Fortes Avena, e a deputada federal Bia Kicis, candidata à reeleição pelo PL.


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