Remoção de tatuagem se torna cada vez mais frequente

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Tatuagem. Começa com um sonho de eternizar, na pele, alguma frase ou imagem que simbolize algo importante. Há quem faça uma tatuagem para demonstrar o amor por terceiros, o apoio a causas ou movimentos sociais e religiosos, ou mesmo a paixão por figuras da cultura pop. “A primeira tatuagem que fiz foi um escorpião, pra representar meu signo. Sou muito ligada à astrologia e gosto muito do tema, então nada melhor que marcar em mim algo que me represente tão genuinamente”, conta a escorpiana Ana Carolina Assunção, de 24 anos.

Segundo uma análise do DataSebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), no Brasil, há mais de 22.568 estúdios de tatuagem e colocação de piercing. A nível mundial, o mercado de tatuagens cresceu 23.2% apenas em 2021, segundo um levantamento divulgado pela IBIS World. O resultado superou a taxa prevista para bens de consumo e serviços em um período de recuperação para diversos setores, e o mercado nacional foi além: no país o crescimento anual foi de 25%, segundo dados do Sebrae. “Gosto muito de tatuagem. Costumo dizer que, depois da primeira, se torna um vício”, brinca Ana Carolina. A estudante de publicidade tem, hoje, 21 tatuagens espalhadas por todo o corpo.

Apesar desses números, independentemente da tatuagem escolhida, ao menos uma em cada três pessoas se arrepende de ter feito o procedimento, segundo uma pesquisa realizada pelo Hospital Royal Blackburns, da Inglaterra, e divulgada pelo R7. Ana Carolina é uma dessas pessoas. “Comecei a fazer tatuagens muito nova, e algumas foram por impulso, sem significado! obviamente, hoje, existe algumas que eu não faria. Uma delas é uma estrela que tenho na nuca”, revela. “Tenho vontade de tatuar outra coisa no local, então penso em, futuramente, remover essa estrela”, acrescentou.

Victoria Carvalho Oliveira, de 28 anos, é consultora de vendas e, insatisfeita com um desenho, decidiu cobri-lo. “Sempre achei bonita a ideia de poder marcar arte na pele. Palavras e toda sorte de coisas simbólicas. Levar comigo e poder ver sempre é uma coisa mágica até, eu diria”, comenta. Atualmente ela tem 14 tatuagens e diz que não pretende parar por ai. Como conta Victoria, ela tinha uma tatuagem de libélula no peito, feita com um ex namorado. “Não queria me casar, o que deve acontecer nos próximos anos, com essa marca no peito. Então cobri com uma borboleta, que é um símbolo não só de transformação, mas de liberdade. Foi um momento de alívio, e minha melhor amiga quem fez a cobertura pra mim, então foi ainda mais especial”, compartilha a moça.

A consultora de vendas diz ainda que fez porque ele sugeriu fizessem. “Ele tirou uma foto dessa libélula numa viagem que fizemos e resolveu transformar em tatuagem. Era para marcar uma época da vida, mas acabou sendo um lembrete diário do pior relacionamento que já tive… Evitava usar roupas que mostrassem, ou cobria com o cabelo. Era um peso. Me sinto muito mais leve”, expõe. Ao ser questionada se pretende fazer mais tatuagens no futuro, Victoria brinca “pretendo sim, só não faço mais com parceiro”.

De acordo com o Dr. Giancarlo Pincelli, biomédico esteta, mestrando de biofotônica e empresário à frente da Hell Tattoo – empresa que atua com remoção de tatuagens e de micropigmentação em Franco da Rocha (SP), o fenômeno (arrependimento de tatuagem) trouxe à tona o desenvolvimento de tecnologias para a remoção das tattoos.

Pincelli descreve os quatro tipos de lasers desenvolvidos para a remoção de tatuagens no tópicos a seguir:


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694nm 20 ns Q-Switched. Segundo o especialista, o laser “atua muito bem nas cores azul e preta”.

755nm Q-Switched Alexandrite. “Dispositivo com boa afinidade pelos pigmentos verde, azul e preto”, afirma

Q-switched Nd. YAG 1064nm 1064nm Monocromático 532nm 585nm Decaimento do comprimento de onda 690nm. De acordo com o empresário, a tecnologia tem boa atuação nos pigmentos azul escuro, preto, vermelho e amarelo

Q-Switched Laser Nd YAG 532nm de frequência dobrada: para os pigmentos de cor vermelha e razoavelmente bem de cores claras. PicoSecond Laser 1064nm, 755nm, 532nm. “Laser recomendado para todas as cores e menor tempo de tratamento. O dispositivo trabalha com picosegundos de exposição de luz, padrão ouro e a tecnologia mais atual para remoção de tatuagens”, descreve.


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Segundo o responsável pela Hell Tattoo, há uma série de diferenças entre cada tipo de laser utilizado para a remoção de tatuagens. “A diferença entre os lasers está em elementos como tecnologia, comprimentos de onda, fabricante, modelo e valor de investimento, além da capacidade técnica exigida para operar cada um deles”, pontua Pincelli.

Vale destacar que a utilização de qualquer equipamento para a remoção de tatuagens deve ser feita exclusivamente por profissionais treinados e habilitados com registro nos organismos regulamentadores da profissão No caso CRM e CRBM.

Pincelli ressalta ainda que é necessário cautela antes de iniciar o procedimento de remoção de tatuagem: “Muitos profissionais novos não possuem habilitação ou formação específicas e utilizam equipamentos clandestinos. Além de prejudicar o mercado, esses indivíduos são responsáveis por 90% das queimaduras de pele que ocorrem em todo o Brasil”, alerta.


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