Sobre o amor aos livros

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Tenho pena das pessoas que não leem, que não frequentam bibliotecas nem livrarias. “Elas não sabem o que estão perdendo”, como diz o ditado popular

Se eu fosse citar aqui declarações sobre amor aos livros e à leitura, seja em prosa, seja em versos, eu iria precisar de centenas de páginas para fazê-lo. A literatura exaltando nossos companheiros silenciosos é vastíssima. Quase todo mundo quer dizer alguma coisa sobre o fascínio que a relação com a literatura nos remete. Por esse motivo vou me deter apenas naquelas que eu achei mais exultantes. Vamos lá.

Alguém disse que: “Uma vez que você aprende a ler, você será feliz para sempre”. Talvez não seja bem assim, você não será feliz para sempre, mas diria que a leitura nos deixa muito felizes. Já que saber, conhecer, é uma porta para a liberdade. Assim, prefiro Vitor Hugo, quando diz: “Aprender a ler é acender um fogo: toda sílaba escrita é uma centelha”. E o amor aos livros começa na infância, como diz Monteiro Lobato, nosso maior autor de literatura infantil: “Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar”. E quem não lembra de nossos pais lendo à cabeceira da nossa cama para nós dormirmos! Toda criança passou por isso, trata-se de uma lembrança que carregamos pela vida inteira, e a repetimos com nossos filhos. Isso repercute Jorge Luís Borges, que disse: “Não consigo dormir a não ser que esteja cercado de livros”.  Como à leitura nos enriquece, como ela nos transforma em pessoas interessantes! Ralph Waldo Emerson, o mago de Concord, diz algo que eu concordo inteiramente: “Se encontrarmos um homem de intelecto raro, devemos perguntar-lhe quais livros ele lê”. E fecho com Carlos Drummond de Andrade, nosso poeta maior: “A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade das pessoas por aqui, não sente esta sede”. 

Tenho pena das pessoas que não leem, que não frequentam bibliotecas nem livrarias. “Elas não sabem o que estão perdendo”, como diz o ditado popular. O acesso à leitura é facultado a todos, ricos e pobres, livros estão em toda parte. Não são difíceis de achar, muito embora estejamos passando por um momento bem confuso nesse mundo pós-pandemia. É na educação que está a fonte de riqueza dos povos, e a leitura é quem dá amparo a isso. São as universidades, fontes de saber e conhecimento, com suas enormes bibliotecas que fazem a diferença entre as nações. “Um país se faz com homens e livros”, repito Monteiro Lobato. Mesmo que eu esteja falando aqui de leitura desinteressada, como lazer. 

Shakespeare, que leu tudo que importava em sua época de poucos livros, diz, em Hamlet: “Que seria do homem se se preocupasse apenas em comer e beber? Não passaria de um animal”. Numa discussão entre três personagens, na comédia ‘Trabalhos de Amor Perdidos’, (Dull) (Tapado) diz bobagens, e Holofernes retruca: “Ó monstro da ignorância, como és hediondo”, ao que Nataniel diz para ele: “Meu Senhor, esse rapaz nunca se alimentou com as guloseimas encontradas nos livros. É como se disséssemos que ele nunca comeu papel, nem bebeu tinta. Seu cérebro não está abastecido. É apenas um animal, somente sensível nas partes grosseiras”. A ignorância é realmente um ser hediondo, e a única forma de combatê-la é lendo! Ler é uma viagem sem pegar trem, navio ou avião. E tem custo baixo. 

Não tenho como deixar de citar os versos do nosso jovem gigante da poesia Antônio Frederico de Castro Alves, com seus inimitáveis versos: “Bendito o que semeia livros, livros à mão cheia e manda o povo pensar. O livro caindo n’alma é verme que faz a palma, é chuva que faz o mar”.

Por último, para aqueles que querem mergulhar no que há de melhor na literatura mundial, recomendo o canal no YouTube do professor de psicologia Gilberto Godoy, onde ele enumera 70 obras primas da literatura consideradas essenciais (por que não dizer obrigatórias?) para aqueles que amam ler. Mãos à obra, então!


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