Tabu Santos x Corinthians – Jornal de Brasília

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Escrita durou 11 temporadas, com o Rei Pelé não perdoando o seu principal adversário

O Corinthians não vencia o Santos desde 1957, pelo Campeonato Paulista. Contratava jogadores famosos, montava times fortes, mas tudo terminava em decepcionantes placares escritos por Pelé.

No 13 de maio de 1967, rolando uma década da escrita, os alvinegros do Parque São Jorge lotaram – 56.208 almas – e proporcionaram ao paulistano Estádio Paulo Machado de Carvalho a maior renda da casa (NCr$ 123 mil, 504 novos cruzeiros e 50 centavos), acreditando que, naquela noite, ao apito final do árbitro, poria um “pára” naquela história.

E rolou a bola! Valendo pelo Torneio Roberto Gomes Pedrosa (um dos embriões do atual Brasileirão), aos 35 minutos do primeiro tempo, o ponta-direita corintiano Bataglia cobrou falta rumo ao miolo da zaga santista, e o gaúcho Flávio Peito-de-Aço (apelidado também por Flávio Minuano) subiu mais do que a zaga santista, usou cuca legal e abriu o marcador: Corinthians 1 x 0. O gol fez pintar um vendaval de alegria nas arquibancadas do apelidado Pacaembu, lotado, evidentemente, por maioria corintiana, que passou a ver, antecipadamente, o tabu quebrado. Afinal, uma equipe com vários atletas com passagens pela Seleção Brasileira não saberia administrar o placar?

Não soube! Aos 45 minutos do primeiro tempo, quando o juiz Armando Marques – auxiliado por Germinal Alba e Wilson Medeiros – já consultava o seu cronômetro para encerrar a etapa, o ponteiro-esquerdo santista Abel cruzou bola baixa, para o meio da zaga corintiana, que pareceu ter-se esquecido de que, com a camisa de número 10 santista estava um sujeito que era considerado o “Rei do Futebol”. E ele não perdoou. Fez o que vinha fazendo, há dez campeonatos estaduais: empatou o prélio e, por 1 x 1, ficou aquele clássico paulista.

Mais uma vez, o tabu não fora quebrado. Prélio encerrado, torcedores do Peixe invadiram o gramado e tomaram a camisa 10 de Pelé. Enquanto os corintianos choravam, o cartolão santista Nicolau Moran dava entrevistas às emissoras de rádio, dizendo lamentar que o seu time não tivesse mandado 5 x 1, afirmando que os seus rapazes haviam perdido “três ou quatro oportunidades de ouro que tiveram para marcar gols”. Mais animado, o cantor (de grande sucesso na época) Wilson Simonal foi ao vestiário peixeiro tietar os jogadores do time pelo qual dizia torcer – todos se diziam torcedor do time de Pelé.

O Corinthians chorou mais um insucesso diante da “Turma do Rei” por causa de Marcial; Jair Marinho, Ditão, Clóvis e Maciel; Dino Sani e Rivellino; Bataglia, Sílvio, Flávio e Gílson Porto, treinados por Zezé Moreira. O Santos (foto) manteve o tabu por conta de: Cláudio; Carlos Alberto Torres, Orando Peçanha, Joel Camargo e Rildo; Zito (Lima) e Clodoaldo; Wilson (Ismael), Toninho Guerreiro (Buglê), Pelé e Abel,dirigidos pelo treinador Antoninho.

Enfim, os corintianos tiveram de esperar até o 6 de março de 1968, para quebrar o tabu, em nova noite, no mesmo Pacaembu, para se livrar das gozações dos santista. Mas esta é uma história que virá por aí, em futura nova coluna. Aguarde!


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