Aliados de Lula resistem a separação de ministérios da Justiça e Segurança Pública

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Criação de grupo temático único sobre temas na transição sinaliza que pasta pode não ser desmembrada

Aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resistem ao desmembramento do Ministério da Justiça para a criação de uma pasta da Segurança Pública, uma das promessas de campanha do presidente eleito.

A avaliação entre pessoas próximas ao petista é que ele pode recuar da promessa e não mexer na estrutura do ministério. Uma sinalização nesse sentido foi a montagem de um grupo temático único na transição para temas relacionados a cada tema.

O anúncio do bloco gerou mal-estar em grupos de WhatsApp compostos por especialistas na área. Eles questionaram a falta de um espaço exclusivo para a discussão técnica sobre segurança pública.

“Mais uma vez o fato da maioria dos 700 mil policiais ativos ser bolsonarista não foi suficiente para a sensibilização da urgência de se priorizar um debate que fuja dos aspectos criminais e das penas”, disse Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em uma mensagem obtida pela Folha.

Até o momento, a equipe de transição da área será composta pelo deputado Paulo Teixeira (PT), o senador eleito Flávio Dino (PSB), o procurador da Fazenda Nacional Jorge Rodrigo Araújo Messias —próximo ao PT— e Cristiano Zanin, que foi advogado de Lula no âmbito da Operação Lava Jato.

Apesar de a separação dar mais poder de barganha para atrair partidos que podem compor a base de Lula, auxiliares próximos ao presidente eleito defendem que o desmembramento deixaria o Ministério da Justiça esvaziado.

Dino é até o momento o nome mais citado para ser o ministro da Justiça do novo governo. Ele já disse a interlocutores de Lula que tem preferência por uma pasta que também englobe a área de segurança pública.


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A decisão de juntar os dois setores em um único grupo na equipe de transição teve participação de Dino e do ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), um dos coordenadores da transição.

A cúpula do PT espera que os nomes indicados para atuar na equipe de transição nesse grupo temático já ajudem na interlocução com a cúpula do Judiciário.

Em outra frente, o grupo deve discutir medidas a serem adotadas já no início do novo mandato de Lula.

Há diferentes temas que podem ganhar destaque. O principal é reorganizar forças de segurança federais para reforçar sua atuação na floresta Amazônica.


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O estado do Amazonas, onde se concentra grande parte da floresta, passou de estado mais preservado para o epicentro de conflitos socioambientais e um dos líderes em degradação e violência contra populações tradicionais.

Um outro ponto importante para o governo é o controle de armas e munição. A ideia é que haja um “revogaço” das portarias armamentistas editadas no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O atual governo já editou 17 decretos, 19 portarias, duas resoluções, três instruções normativas e dois projetos de lei que flexibilizam as regras de acesso a armas e munições.

Um dos objetivos é que portarias que aprimoram as regras de rastreamento e identificação de armas de fogo e munições voltem a entrar em vigor. Essas normas foram publicadas em março de 2020 e revogadas no mês seguinte.


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Na época, Bolsonaro anunciou em redes sociais que havia ordenado a anulação das regras. O presidente afirmou que elas não se adequavam a “diretrizes definidas em decretos” sobre armamento.

Já no início do novo governo deverá ocorrer ainda uma campanha pelo desarmamento. Para isso, serão definidas quantas armas o cidadão poderá ter, para que o restante possa ser recolhido. A equipe de transição irá estudar ainda uma forma de compensação para a entrega das armas.

Outros pontos prioritários são a melhor execução do Fundo Nacional de Segurança Pública, ações contra a superlotação carcerária e o combate ao crime cibernético.


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