Boas e más impressões da primeira fase da Copa do Mundo

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Após boa parte dos jogos da fase de grupos encerrar, é possível encontrar o que mais chamou a atenção positiva e negativamente

A primeira fase da Copa do Mundo chega ao seu final hoje e com diversas impressões. Sejam elas positivas ou negativas. Para não deixar aquele clima ruim no final, iniciaremos com as negativas deste Mundial. A primeira delas são algumas partidas com tons de compadre e comadre, como aconteceu entre Inglaterra e Estados Unidos – o pior jogo desta Copa do Mundo; e o desempenho dos poloneses diante da Argentina, na quarta-feira.

Foi nítido durante o duelo entre ingleses e estadunidenses que ambos entraram em campo em busca do empate. O resultado era bom para os dois, que chegariam à última rodada precisando apenas de uma vitória contra adversárias mais acessíveis. Um risco, principalmente por se tratar da Copa das Zebras. Acabou que a aposta dos dois times deu certo. Mas isso não deve acontecer no próximo Mundial, quando teremos 48 seleções divididas em 16 grupos de três times, no qual os dois melhores avançam à próxima fase.

Os poloneses, por sua vez, fizeram um jogo com o regulamento debaixo do braço. Ao saberem que o México vencia por 2 a 0 a Arábia Saudita e tinham a vantagem do número baixo de cartões amarelos – que era o critério de desempate até aquele momento – não pressionaram os argentinos. Se contentaram com a segunda colocação, não forçaram roubadas de bola, justamente para evitar receber uma advertência. E tiveram que torcer para que o México não fizesse mais um gol, o que eliminaria os poloneses em função de outro critério de desempate – o saldo de gols. Acabou que deu certo.

Antes de ir para os pontos positivos, mais um vexame a ser destacado. A Dinamarca. Tida como uma seleção candidata a avançar de fase com até alguma facilidade, terminou a Copa do Mundo com apenas um ponto – no empate contra a Tunísia. Perdeu, na última rodada, para a Austrália e ficou devendo no Mundial. A impressão é que os dinamarqueses foram ao Catar apenas pensando em protestar contra o país-sede. Conseguiram, de certa forma, ao jogar com um uniforme monocromático, sem o escudo de sua federação em destaque, seja no uniforme vermelho ou branco. O outro protesto, por sua vez, foi vetado pela Fifa, de jogar com a faixa de capitão com as cores LGBTQIA+. Por fim, ainda ameaçam, na próxima eleição da entidade, pedir a desfiliação junto à Fifa. Um vexame atrás do outro. Claro que há muito a se protestar, principalmente pelo alto número de mortes nas obras da Copa e todas as questões políticas-religiosas que o país leva consigo. Mas a melhor forma de protesto era desempenhar um bom futebol.

Depois de tantas impressões negativas, vamos às positivas. A primeira delas, a torcida árabe. Com exceção dos catares, que tinham uma torcida nitidamente terceirizada em seus jogos, as demais seleções fizeram um show nos estádios. Uma pena que Arábia Saudita e Tunísia não conseguiram a classificação. Os sauditas marcaram a maior zebra de todos os tempos dos Mundiais, ao vencer, de virada, a Argentina. Poderiam ter vencido a Polônia, não fosse o goleiro Szczesny, que pegou um pênalti quando o jogo estava 1 a 0. No fim, tomaram sufoco dos mexicanos e não venceram. A Tunísia, por sua vez, conseguiu vencer a atual campeã do Mundo por 1 a 0 – ainda que os franceses tenham jogado, boa parte do duelo, com os reservas. Azar o deles. A Tunísia só não se classificou porque a Dinamarca perdeu para a Austrália. Mais um ponto negativo aos dinamarqueses.

Por outro lado, temos o Marrocos, que conseguiu a sua classificação, apoiado por sua torcida, após a vitória sobre o Canadá. Os marroquinos já haviam sido uma surpresa na última Copa do Mundo, quando, por muito pouco, não surpreenderam espanhóis e portugueses. Agora, conseguiram vencer a Bélgica – algoz do Brasil na Rússia 2018 e deu trabalho para a Croácia, na estreia, ficando no empate. O que vier é lucro contra a Alemanha, nas oitavas de final. Não se surpreenda em uma classificação dos árabes às quartas de final.

Outros pontos positivos foram os de franceses, ingleses e brasileiros. A Fúria Espanhola, até o jogo de ontem tinha o melhor desempenho tático e técnico deste Mundial. Não só pela goleada sobre a Costa Rica, mas pelo que conseguiu fazer contra os alemães – apesar do empate. Mas a derrota para o Japão colocou água na paella. Os franceses, ainda que tenham perdido na última rodada fizeram dois bons jogos contra Austrália e Dinamarca. Não devem ter trabalho contra os poloneses nas oitavas de final e, quem sabe, farão um duelo que poderia ter sido muito bem na final da Copa passada, contra a boa geração da Inglaterra. Ingleses que, apesar do duelo contra os Estados Unidos, fizeram uma boa primeira fase.


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O Brasil, por sua vez, foi muito bem nos seus dois jogos. Sentiu a falta de Neymar contra a Sérvia, mas viu que Vinicius Júnior pode ser esse homem de referência para a seleção brasileira – seja agora, ou nos próximos anos. O sistema defensivo é sólido, as opções de ataque são praticamente letais – com exceção de Gabriel Jesus, que chegou ao sétimo jogo sem marcar gols em Copa do Mundo. Casemiro, sem dúvidas, é o melhor volante do futebol mundial atualmente, o que é um diferencial. Com a queda da Espanha para o Japão, a situação pode ficar até mais fácil. Os espanhóis, agora, só podem se enfrentam em uma final. O confronto mais difícil deve ser contra a Argentina, nas semifinais, time que começou a crescer na Copa após recuperar-se da derrota na estreia.

Agora, que venha a fase mata-mata, onde, para muitos, é quando começa o Mundial (não faço parte dessa linha, diga-se, ainda que é agora que é separado o menino dos homens). Ah, e adeus Alemanha!



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