“I Wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston” celebra a voz de uma geração em um roteiro sem desenvolvimento

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Longa entrega grandes sucessos da cantora, mas deixa de lado seus momentos mais difíceis

Nesta quinta-feira (12), estreia “I Wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston”, cinebiografia que deveria mostrar toda a grandiosidade de uma das maiores cantoras de todos os tempos, conhecida como “A Voz”. Whitney Houston definiu toda uma geração que não cantava só para pretos ou para brancos, mas sim para todos. Sua vida seguiu um roteiro típico de uma grande estrela como muitas outras: problemas com drogas, relacionamentos conturbados, uma grande carreira e um fim trágico. 

Infelizmente, o longa não entrega nem metade de quem foi Whitney Houston, e segue a mesma linha de outras biografias já conhecidas. Depois de “Bohemian Rhapsody” (2018), “Rocketman” (2019) e o mais recente “Elvis” (2022), fica claro que cinebiografias de músicos se tornaram algo previsível. Mas o filme tem alguns momentos bons, como as cenas dos shows, o início da carreira, a seleção das músicas e, por fim, a grande atuação da atriz Naomi Ackie, que dá vida a cantora.

A história começa nos anos 1980, antes de Whitney (Naomi Ackie) ser descoberta pelo agente Clive Davis (Stanley Tucci) depois de uma apresentação. Sua mãe, Cissy (Tamara Tunie), e seu pai, John (Clarke Peters), vivem um relacionamento conturbado, mas acreditam que Whitney está destinada a grandes feitos. Mesmo sendo uma tímida backing vocal, acaba se apaixonando pela bem resolvida Robyn (Nafessa Williams), relacionamento este que estava fadado ao fracasso por pressão dos pais e da mídia. O longa traz ainda os altos e baixos na carreira, o casamento com o também cantor Bobby Brown (Ashton Sanders) e o vício em drogas.

Foto: Divulgação/Sony Pictures Releasing
Grande atuação

Naomi Ackie brilha desde o início do filme, mesmo que esteja dublando as canções, que, na verdade, dificilmente poderiam ser replicadas por um voz que não seja a de Houston. A atriz consegue entregar uma grande performance que deixa todos impactados, principalmente nas cenas em que a cantora já estava no auge do vício em drogas e não conseguia cantar como antes. Naomi resgata todo o carisma, o desejo de se tornar uma boa mãe e a humanidade de Whitney.

Roteiro pela metade 

O roteiro é assinado por Anthony McCarten, também roteirista de “Bohemian Rhapsody” (2018). Em “I Wanna Dance with Somebody”, um dos grandes problemas são os conflitos da cantora que foram retratados pela metade. Questões como a bissexualidade ou o “fato de não ser preta o suficiente” não foram abordadas de maneira clara e não causam o impacto emocional esperado. Assim que o público assiste essas cenas, logo se espera um desfecho, que não chega em nenhum momento. Este longa não é para apresentar quem foi Whitney Houston, mas sim para focar em sua carreira, trazer as músicas mais premiadas e relembrar as apresentações mais icônicas, como quando cantou o hino nacional dos Estados Unidos no Super Bowl em 1991. E é exatamente isso que deixa a história rasa, pois, no próprio filme, Whitney fala que ela é muito mais do que de sua carreira.

Foto: Divulgação/Sony Pictures Releasing
Direção

Já a direção ficou por conta de Kasi Lemmons, conhecida por “Harriet – O Caminho para a Liberdade” (2019). Ela faz um ótimo trabalho quando a protagonista está em cena ou nos enquadramentos dos clipes ou shows, mas não consegue o mesmo efeito nas cenas mais dramáticas. Além disso, Kasi optou por colocar os anos na legenda para ilustrar em que momento o filme está se passando, o que faz parecer uma checklist da vida de Houston.

Destaque

Um bom destaque do longa é o ótimo Stanley Tucci, que vive o agente Clive Davis, que, na verdade, se torna um confidente da cantora e uma das pessoas que mais tentou ajudar Whitney contra o vício em drogas. Com isso, o vilão se tornou o pai de Whitney, John, vivido por Clarke Peters, que também está incrível. 


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Foto: Divulgação/Sony Pictures Releasing
Conclusão

“I Wanna Dance with Somebody – A História de Whitney Houston”, segue a mesma linha de costume de outras cinebiografias, focando apenas na carreira e esquecendo da pessoa por trás do artista. Mesmo com a grande atuação da protagonista e da perfeita escolha de música — é até ser difícil de ficar parada enquanto se ouve —, o roteiro e direção são fracos e sem a ousadia ideal para a história de Whitney Houston.

Confira o trailer: 

Ficha técnica:

Direção: Kasi Lemmons;


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Roteiro: Anthony McCarten;

​​Elenco: Naomi Ackie, Stanley Tucci, Ashton Sanders, Tamara Tunie, Nafessa Williams e Clarke Peters;

Gênero: Drama biográfico; 

Distribuição: Sony Pictures Releasing;


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Duração: 2 horas e 37 minutos;

 Classificação Indicativa: 16 anos;

Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z


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