Inelegível, Arthur do Val cria grupos de WhatsApp sobre eleições deste ano

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Os grupos, com o nome do ex-parlamentar, estão divididos por DDD. São pelo menos sete para a região metropolitana de São Paulo

Matheus Tupina
São Paulo, SP

Inelegível após divulgar áudios sexistas, ex-deputado estadual Arthur do Val (União-SP) tem encontrado outras formas de participar da eleição.

Ele criou diversos grupos de WhatsApp em busca de apoiadores, onde são enviados vídeos e comentários sobre o pleito deste ano, envolvendo especialmente o ex-presidente Lula (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

Os grupos, com o nome do ex-parlamentar, estão divididos por DDD. São pelo menos sete para a região metropolitana de São Paulo.

Nas conversas, é possível ver sátiras a Bolsonaro envolvendo o preço dos combustíveis, os atos de 7 de Setembro e até mesmo a morte da rainha Elizabeth 2ª. Também há referências irônicas a Lula e sua campanha eleitoral, além de vídeos de canais bolsonaristas e petistas.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa de Arthur do Val, que afirmou que o deputado não está com os direitos políticos suspensos, podendo promover discussões políticas onde quiser. Disse também que o grupo representa o livre exercício da liberdade de expressão, e a adesão ao espaço é voluntária.

Segundo a descrição de um dos grupos, o objetivo é realizar discussões e análises das eleições deste ano, com informações distribuídas diariamente. Apesar disso, o espaço está configurado para receber mensagens somente de administradores.


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Um dos que interagem na comunidade é Juarez Vitorino. Ele é quem envia grande parte do conteúdo da comunidade, todos com o sinal de encaminhamento.

Um dos hyperlinks enviados por Vitorino leva a um texto em um web site chamado “A postagem”. Ele relata os atos de 7 de Setembro e os caixões com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), carregados por manifestantes bolsonaristas.

Na foto da reportagem, a candidata à deputada federal Rosângela Peçanha (PTB-RJ) segura um caixão marrom com fotos dos ministros do tribunal. Com a foto, vieram mensagens de Vitorino, dizendo:

“Cadeia Nessa vagabunda e casas o registro dela já (sic)”, pedindo ainda que Peçanha seja presa.


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À reportagem, Vitorino afirmou que não possui ligações com Arthur do Val e que foi excluído do grupo posteriormente. Também disse que não sabe quem o colocou na comunidade, contradizendo fala da assessoria do ex-parlamentar.

Fora estes conteúdos, há vídeos em sátira ao preço da gasolina, à morte da Rainha Elizabeth 2ª e ao termo “tchutchuca do centrão”, usado contra Bolsonaro por um youtuber em agosto.

Arthur do Val renunciou ao cargo de deputado estadual em São Paulo após o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) ter aprovado o relatório que pedia sua cassação.

Ele perdeu o mandato em decorrência de um escândalo envolvendo a viagem dele à Ucrânia, quando disse que as mulheres ucranianas eram fáceis porque eram pobres. Pelas regras da Alesp, a renúncia não interrompe o processo de cassação. Sendo assim, ficou inelegível por oito anos.


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Desde então, aparece em silêncio na propaganda eleitoral de Renato Battista (União Brasil), lançado pelo MBL candidato a deputado estadual por São Paulo.



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